13 de junho de 2011

À Conversa com Luísa Fortes da Cunha

Foi para todos nós um prazer receber no dia 7 de Junho, a visita da simpática escritora Luísa Fortes da Cunha, que, em duas sessões, conduziu os alunos do 5.º e do 6.º ano ao fantástico mundo da Teodora.
Tens quase doze anos e seis irmãs mais novas? Toma atenção! Estás prestes a transformar-te numa fada bela e doce. Quem o diz é Luísa Fortes da Cunha na sua magnífica colecção da Teodora. A personagem surgiu de um repto deixado por Teófilo Braga de alguém continuar a escrever sobre Teodora, uma princesa meiga e bonita que habitava nos seus contos.
De onde provém o resto da sua inspiração? Segundo a escritora, da sua feliz e maravilhosa infância passada na Figueira da Foz. Um tempo em que, ao jeito das personagens de Os Cinco de Enyd Blyton, a autora se aventurava com os seus amigos em grutas habitadas por ratazanas, aranhas peludas e outros seres horripilantes, e onde despertou também para as actividades físicas, tornando-se mais tarde Professora de Educação Física.
E a vontade de escrever? Surgiu bem mais tarde, quando começou a escrever histórias para os filhos de modo a tornar mais entusiasmante o ritual de ler uma história antes de adormecer. Só que as histórias que deveriam ser lidas numa noite começaram a ter que ser lidas em duas e por aí fora, chegando ao ponto de já não serem apenas histórias para adormecer e começarem a assumir a dimensão de livros. De lá para cá são já treze os livros da colecção Teodora.
Qual o segredo do enorme sucesso dos livros da Teodora? Aparentemente é bastante simples. O segredo reside na mistura correcta de certos ingredientes mágicos como enigmas e mistérios, e depois fazer correr a acção a um ritmo alucinante, “sem aquelas partes que empastelam a história”, uma frase de estimação da autora. Outro elemento altamente atractivo destas aventuras é o facto de cada história se estruturar em dois planos geográficos diferentes. A aventura começa por norma em Portugal e depois, a partir de um ponto de contacto, termina numa outra parte do mundo real ou imaginário. Assim, de Trás-os-montes se parte para a China; do Castelo de Almourol se parte para o Sul de França, do Fundão para o Japão, da Madeira para a Ilha da Páscoa, dos Açores para o Egipto, e até do Faial para o Triângulo das Bermudas!
E que ingredientes recheiam esta apetitosa receita? Coisas simples que evocam o mundo encantado do imaginário da infância: ilhas invisíveis, cidades secretas, palácios debaixo do mar, salas com paredes cobertas de diamantes, mantos de reis cravejados de pedras preciosas, espadas lendárias que lembram aquela outra, a de Excalibur, pedras de âmbar com propriedades mágicas, potes mágicos, manuscritos chineses, palavras mágicas que abrem portas no fundo dos lagos, árvores que dão frutos com moedas e notas no seu interior; estradas de luz que conduzem a portas que só se abrem quando descobrirmos o enigma que atrás delas se esconde, máscaras de ouro, labirintos de várias dimensões, livros de feitiços, caldeirões sagrados, estátuas misteriosas, relógios mágicos, anéis lendários, cubos com seis faces construídos em origami que contêm a vida das pessoas e que quando abertos nos fazem envelhecer em segundos e morrer; e claro, muitas personagens fabulosas como magos, cavalos alados, gigantes, fadas maléficas e fadas samurais. Enfim, todos os ingredientes da magia e do sonho que já valeram a Teodora o epíteto de namoradinha do Harry Potter!!!
Luísa Fortes da Cunha deixou a promessa: enquanto tiver criatividade e imaginação, a Teodora continuará a existir!