24 de março de 2011

Semana da Leitura - 4º dia

À Conversa com Alice Vieira.

Hoje o dia foi muito intenso. Diria mesmo cheio de emoções. Estivémos à conversa com Alice Vieira. Esta tão ilustre autora esteve connosco durante todo o dia. Satisfez a curiosidade dos alunos e de quem pode assistir às várias sessões que nos presenteou. Entre cada sessão, os alunos do 5º ano e do 7º ano, pertencentes ao clube de leitura, proporcionaram momentos de boa disposição com a dramatização, a partir de uma adaptação, do livro "Graças e desgraças na corte de El-Rei Tadinho" . Assim toda a plateia ficou a saber como era El-Rei Tadinho e Riquezas da sua Avó e muitos puderam comprar o livro que estava à venda na nossa feira do livro de autor.









Oficina de Braille na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes

No passado dia 24 de Março de 2011, pelas 9.00h, os alunos do 3.º e 4.º anos da EB1 da Ribeira Ruiva, acompanhados pela Professora Susana Vieira, esperavam com alguma impaciência o transporte que os conduziria à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes a fim de participarem numa Oficina de Braille. O Braille ,como todos sabemos, é um sistema de leitura com o tacto para cegos inventado pelo francês Louis Braille no ano de 1827 em Paris. O sistema de Braille aproveita-se da sensibilidade epicrítica do ser humano, a capacidade de distinguir na polpa digital pequenas diferenças de posicionamento entre dois pontos diferentes. já imaginaram que uma pessoa cega experiente pode ler duzentas palavras por minuto? A Oficina começou com o visionamento de um Powerpoint sobre o inventor da escrita em Braille: Louis Braille. O mesmo perdeu a visão aos três anos. Quatro anos depois ingressou no Instituto de Cegos de Paris. Em 1827, então com dezoito anos, tornou-se professor desse instituto. Ao ouvir falar de um sistema de pontos e buracos inventado por um oficial para ler mensagens durante a noite em lugares onde seria perigoso acender a luz, Louis Braille fez algumas adaptações no sistema de pontos em relevo. A segunda tarefa consistiu em que cada aluno escrevesse o seu nome em Braille, após a qual, foi pedido aos alunos que, de olhos vendados, fizessem um desenho ao som de uma música. Foi divertido ver o resultado final com muitos desenhos sobrepostos. A seguir veio um pequeno jogo de adivinhação: todos de olhos vendados, Professora incluída, e por entre risadinhas, tentaram tocar em objectos e adivinhar em que consistiam. A sessão terminou com a observação de um computador concebido para invisuais cujo funcionamento lhes foi detalhadamente explicado pela técnica Helena Pires. Dar a conhecer novas linguagens aos alunos e alertá-los para a multiplicidade de formas de comunicação é não somente uma forma de os enriquecer culturalmente, expandindo a sua perspectiva sobre o mundo que os rodeia, mas sem dúvida um caminho de preparação para a aceitação da diferença e da construção de uma sociedade muito mais inclusiva e tolerante.


Ler + em vários sotaques


No dia 24 de Março de 2011 pelas 10.30h, os alunos do P.I.E.C., acompanhados pelas Professoras Carla Oliveira Neto, Paula Ruivo e Filipa Fernandes, responderam ao desafio colocado pela Professora Bibliotecária de participarem na actividade “Ler em vários sotaques” no âmbito do Projecto Casa de Livros e que se constituiu como um verdadeiro banho de língua e de cultura. Assim, na Escola Secundária Maria Lamas, alunos e professores encetaram uma discussão sobre o acto de ler que aflorou também conceitos linguísticos tais como comunidade linguística, sociolecto, dialectos, sotaques. A sessão iniciou-se em Francês com a Professora Fernanda Pereira, com Baudelaire e Marguerite Duras. Engraçado que quando queremos falar da nossa cultura nos socorremos sempre dos nossos poetas e escritores. Lá dizem os entendidos que o que legitima uma língua é o facto de a mesma possuir literatura. Alice, aluna desta escola, deu um exemplo de língua visual ao ler-nos um texto em língua gestual Portuguesa. E como as línguas conferem identidade, estas alunas são as primeiras a falar da existência de uma “cultura surda”. Olena, da Ucrânia, fez uma atractiva apresentação do seu país que muito teve de lutar para preservar o seu património linguístico. Antes da independência da Ucrânia, quando se encontrava dividida entre a Rússia, a Polónia e a Roménia, houve uma tentativa declarada de silenciar a língua Ucraniana, sendo os cidadãos Ucranianos proibidos de a falarem ou de a escreverem. Ainda, num périplo pelas montanhas Ucranianas, pelos Cárpados, pela península Krimeia, pelo Mar Negro, pela igreja de Santa Sofia em Kiev, Olena deteve-se na leitura de um belíssimo poema de Ivan Franco, escritor, poeta, académico, jornalista, tradutor, político: “Porque apareces no meu sonho?”. O alfabeto cirílico causou estranheza nos presentes. Ouviram-se alguns “Oooohs”e viram-se alguns narizes retorcidos, mas as bocas abriram-se num sorriso.

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